1Tm 1.1-12
Exordio - Floyd Grady, missionário, muito fiel às Escrituras e a Cristo, disse a jovens em um Congresso Nacional, em Salvador: "Jovem, se o Senhor o chamou para o ministério, por amor de Deus, venha! Mas se Deus não o chamou, por amor de Deus, não venha!" Dizia isso por causa da santidade do ministério da Palavra, dado só a quem Deus realmente chamou. Outros ministérios existem, dados por Deus, que também devem ser exercidos por quem Deus chamou.
Explicação - Timóteo, que Paulo chama de filho, era bem mais moço do que Paulo, de temperamento diferente do de Paulo, talvez tímido, precisava ser aconselhado, exortado e apoiado em seu ministério. Paulo faz muitas exortações a Timóteo, em suas cartas. No trecho lido, faz referência a coragem com que Timóteo devia enfrentar os falsos mestres que ensinavam "outra doutrina".
Paulo falava com autoridade e humildade, porque tinha consciência de ser apostolo e ministro da Palavra, não por mérito, mas porque Deus mesmo o havia chamado. Daí nosso tema: "Consciência e certeza da vocação de Deus".
1) Primeiro ponto a observar: o ser ministro da Palavra, era motivo para dar graças a Deus: "dou graças". Isto significa que ele não era apóstolo e pastor por mérito ou por ser capacitado, mas pela graça imerecida de Deus.
Essa consciência é essencial. Quando alguém pensa que é ministro porque tem estas e aquelas qualidades, começa a exibi-las, torna-se um "narciso", admirador de si mesmo. Pensa que é competente, que pode por si mesmo planejar e realizar a obra. Em geral se torna um fracasso; o tempo se encarrega de demonstrar isso.
Não é esse o pensamento de Paulo. Ele dava graças, por saber que, pela graça de Deus é que fora colocado ao lado dos apóstolos, no ministério da Palavra. Reconhecia que aquele que é chamado e enviado de Deus tem que fazer o que Deus quer, e não o que ele mesmo quer. Assim foi com Jeremias, a quem Deus disse: "...aonde quer que Eu te enviar, irás;e tudo quanto te mandar, dirás" (Jr 1.7). Esse consegue ter bem clara em sua mente o que Deus quer, porque mantém com Deus comunhão real, constante, e não ocasional.
2) Aquele que Deus chama é fortalecido por Deus: Deus lhe dá a capacidade para fazer até o que ele nunca imaginou. Foi assim com Abraão, foi assim com Moisés e com tantos outros: Deus lhes deu tarefas acima de suas capacidades, como também a Paulo: ser testemunha de Cristo junto aos gentios (At 22.21). Os fariseus nem consideravam os gentios como "o próximo", mas como pessoas desprezadas por Deus. Paulo, ex-fariseu, tinha que fazer esse trabalho: pregar especialmente aos gentios. Por isso ele precisava ser "fortalecido" ou "confortado" por Deus, como realmente foi. Em Atenas, falando a filósofos, Paulo não os agrediu por serem idólatras, mas falou-lhes de maneira sabia e mansa (At 17.22-31) e uns poucos creram, como está no v. 34.
3) Quando Paulo diz que Crista “o teve por fiel", está nos falando da necessidade de sermos em tudo fiéis a Deus: fidelidade na obediência aos mandamentos todos. Muitos, porém, tem quebrado os mandamentos. Adultério tem sido o pecado de muitos; amor ao dinheiro é o pecado de outros, a vaidade é o de muitos outros, e assim por diante. Um grande exemplo a ser seguido é o de João Batista: "importa que Ele cresça e que eu diminua". A vaidade não tomou conta dele. Vaidade e pruridos de intelectuais foram características de alguns que se desviaram, como esta nos vs. 6 e 7: "querendo ser doutores da lei e não entendendo nem o que dizem, nem o que afirmam". O resultado: acabam nem entendendo a lei, incapacitados para ensiná-la, embora não reconheçam isso.
Aquele que quer servir a Cristo, guarde-se da vaidade, do academismo e da "mania de ser doutor". Precisamos, sim, de doutores na Igreja, como está em 1Co 12.28, mas doutores que com humildade sirvam a Igreja e aos irmãos; que antes de tudo sejam pastores que amem os irmãos.
4) Quando Paulo diz "pondo-me no ministério", não diz: "pondo-me no pastorado de igrejas grandes e importantes". Deus o pôs no ministério para ser pastor de igrejas pequeninas, nascentes, para ser pastor de soldados que o guardavam nas prisões em Roma - Fp 1.12-13. Jamais foi pastor, nem pretendeu ser, de igrejas grandes como Jerusalém ou a de Antioquia; por isso mesmo foi um inigualável semeador de Igrejas por toda a Asia menor e a Europa, da Grécia até Roma. E entre todos, Paulo é o espelho em que devemos nos olhar para seguir os seus exemplos, e não qualquer pastor da atualidade, que exibe as centenas ou milhares dos membros de suas igrejas; pastores cujas igrejas crescem numericamente, mas não crescem espiritualmente, nem na visão larga que teve a Igreja Primitiva. Pastores e igrejas centralizadores que na realidade pouco contribuem para o crescimento da Igreja Invisível, formada exclusivamente dos convertidos, salvos e fiéis.
Conclusão - Vale a pena ser pastor chamado por Deus, pastor segundo o “coração de Deus"; não há atividade mais digna e dignificante. Precisamos de pastores para grandes igrejas, mas quer seja de grandes ou pequenas igrejas, precisam ser pastores verdadeiros, à semelhança de Cristo e de Paulo - 1Co 11.1. Não vale a pena ser pastor se não foi chamado inequivocamente por Deus; esse vai ser um criador de problemas e um fracasso.
Hoje damos graças a Deus pela formatura de Eliseu que se prepara para ser um pastor. Mas há aqui muitos irmãos e irmãs com diferentes e importantes ministérios. A mensagem de Paulo é para todos nós. Graças a Deus por isso.
(sermão proferido por ocasião da formatura de um seminarista)
2 comentários:
Amados sejam tbm seguidores do meu Site!
Obrigado!
Apostolo Ladislau Nunes!
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Obrigado!
Apostolo Ladislau Nunes!
www.apostoloquatroevangelhos@hotmail.com
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